quinta-feira, 29 de julho de 2010

OS PERIGOS DO SAPATO DE SALTO ALTO


De utilização cada vez mais comum pelas mulheres do dia a dia, por motivos profissionais ou estéticos, o uso diário de sapatos de salto alto pode trazer alguns problemas a longo prazo. E o motivo é relativamente simples: nós temos um eixo central, por onde o peso é descarregado e que nos oferece equilíbrio. Quando uma mulher utiliza um sapato de salto alto, ela necessariamente altera este eixo porque força o posicionamento do pé para frente. Esta posição (errada) pode provocar uma série de problemas.
Entre eles:
· Encurtamento do Tendão da Aquiles: como o calcanhar fica mais alto em relação à ponta do pé, os músculos da panturrilha não serão alongados como deveriam durante as passadas. Isso causará, no decorrer do tempo, uma acomodação da musculatura posterior da perna e consequentemente do tendão de Aquiles, podendo causar dor na utilização do salto baixo e mesmo em atividades físicas.

· Lombalgia: para evitar que o corpo seja completamente inclinado para frente quando o calcanhar está elevado e, eventualmente, causar um desequilíbrio, a coluna lombar tende a compensar essa diferença, corrigindo e aumentando o que chamamos de lordose. Em uma mulher com encurtamento muscular e pouca atividade física, isso fatalmente causará dores lombares.

· Dores no antepé: como o centro de gravidade é deslocado apenas para frente do pé (antepé), há uma sobrecarga numa região que não foi “pensada” para suportar sozinha todo peso corporal, podendo causar dores (principalmente no final do dia) e calosidades.

· Dor no joelho: também devido à mudança do eixo de equilíbrio do corpo, há uma sobrecarga na região anterior do joelho, causando o que chamamos de dor patelofemoral. Além do que, com um menor equilíbrio causado por esse tipo de calçado, há uma facilidade maior de ocorrer entorses.
Apesar de não haver uma unanimidade em relação ao tamanho do salto, acredita-se que saltos até 5 cm não causem maiores problemas.

É importante seguir algumas recomendações para tentar minimizar eventuais danos que podem surgir com o uso contínuo: alternar a altura do salto durante a semana, alongar a panturrilha, fazer a compra do calçado no fim da tarde ou à noite e, sempre, realizar atividades físicas, que fortalecerá a musculatura da panturrilha.

terça-feira, 6 de julho de 2010

OMBRO CONGELADO

Apesar da obviedade do nome, essa patologia não tem nenhuma relação com o frio. É uma das mais dolorosas doenças do ombro e ainda pouco conhecida pela população. Denominada tecnicamente de Capsulite Adesiva, foi difundida no século passado com o nome de ombro congelado, devido ocasionar uma grande rigidez articular e limitação importante da mobilidade do ombro atingido. Ou seja, além de doer muito, o ombro ainda fica “duro”.

Essa doença causa um encurtamento de toda a estrutura que envolve o ombro (cápsula, ligamentos) o que explica a diminuição dos movimentos, juntamente com um intenso processo inflamatório, que é a razão de um processo doloroso quase sempre incapacitante.
Mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos, a capsulite pode aparecer depois de um trauma ou uma fratura, após cirurgia do ombro ou imobilização prolongada do membro superior. Também tem uma alta incidência em diabéticos, pacientes com doença da tireóide, do coração, da coluna e até mesmo nas pessoas com alterações emocionais. Às vezes, porém, não há nenhuma causa aparente que possa ser apontada como a origem do problema.

O tratamento é, na sua grande maioria, não-cirúrgico. Antiinflamatórios e analgésicos (potentes) associados à fisioterapia e acupuntura tendem a resolver - ou pelo menos diminuir - o problema em alguns meses. As cirurgias são reservadas apenas para aqueles em que não houve resposta ao tratamento inicial, nunca num primeiro momento.

É importante esclarecer o paciente sobre a origem da doença e dizer que o tempo de tratamento pode ser longo. Evitam-se assim erros, como abandonar o tratamento devido a uma suposta demora de resultado.