domingo, 26 de setembro de 2010

93% DOS MÉDICOS SE QUEIXAM DE INTERFERÊNCIA DE PLANOS DE SAÚDE.

Poucas pessoas sabem, mas a interferência dos planos de saúde no tratamento dos pacientes tem se tornado cada vez maior, chegando a níveis perigosos. Em uma pesquisa do Datafolha publicada pela Folha de São Paulo há poucos dias, profissionais relatam limitações para exames, tempo de internação e interferência na escolha do material cirúrgico.
Segundo a pesquisa, os médicos desaprovam os planos de saúde com que trabalham, acham que eles interferem em sua autonomia e que isso prejudica o atendimento. Em pesquisa feita pelo Datafolha, a pedido da APM (Associação Paulista de Medicina), a nota média atribuída pelos médicos às operadoras foi de 4,7, de zero a dez. Mais do que isso, 93% deles afirmaram sentir que há interferência dos planos de saúde em sua autonomia. Entre as interferências, os médicos dizem que não recebem por procedimentos feitos, que os planos limitam o número de exames, mudam códigos para baratear alguns procedimentos cirúrgicos, alteram o material solicitado pelo cirurgião por outros de qualidade inferior (e, obviamente, mais baratos) e que a burocracia dos planos retarda a internação de pacientes."Isso causa grave prejuízo a quem trabalha e à população que gasta recursos para garantir à família um atendimento melhor", diz Jorge Curi, presidente da APM. A pesquisa ouviu médicos de todas as especialidades. Segundo Curi, "as que exigem maior conversa com o paciente, como pediatria, clínica e obstetrícia, são as mais prejudicadas". A Amil, sexta maior operadora de SP em total de clientes, é citada como a que mais interfere no trabalho do médico em cinco de sete quesitos (clique e veja o gráfico). As entidades médicas cobram da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que regule os planos para que desburocratizem o atendimento aos pacientes. A ANS, como quase sempre, não se pronunciou. Há hoje 17,6 milhões de usuários de planos médicos só no Estado de São Paulo.
Em Curitiba, é comum planos de saude demorarem até 1 semana para liberarem exames de imagem. Sem contar os inúmeros pedidos extras de justificativas "detalhadas" sobre este ou aquele pedido de exame e/ou procedimento.